Kawazaki ZX-11: a revolução em 2 rodas nos anos 90

 Kawazaki ZX-11: a revolução em 2 rodas nos anos 90

A busca pela velocidade sempre foi uma parte da evolução humana. Em 1947, Chuck Yeager quebrou a barreira do som na aeronave Bell X-1, marcando um momento histórico na corrida pela velocidade e tornando-se o homem mais rápido do mundo.

Ao final dos anos 80, a busca por velocidade estava ao redor de todos os fabricantes de motos e carros esportivos que se aproximavam da incrível marca dos 300 km/h em boa parte de seus lançamentos.

Nos automóveis, as velocidades já estavam altas como o Lamborghini Coutach edição de 25º aniversário, que chegava a 295 km/h com um motor V12 de 455 cv e seu peso de 1490 kg, ou também a Ferrari F40 que alcançava 324 km/h de velocidade final, com um V8 biturbo de 478 cv e o peso de 1235 kg. Criando um paralelo entre estes dois superesportivos da época, podemos ver que a potência e a leveza da F40, frente ao seu algoz Coutach, eram determinantes para o seu desempenho melhor. No caso das motos, não seria diferente com um dos maiores lançamentos de todos os tempos até hoje, a Kawazaki ZX-11 Ninja de 1990.

Na avaliação da revista Cycle World de abril de 1990, a Kawasaki ZX-11 cita que a evolução da velocidade, representada pelo ZX-11, reflete não apenas a busca pela máxima rapidez, mas também a adaptação e a versatilidade que a tecnologia moderna pode oferecer.

Voltando ao paralelo dos carros esportivos de sua época, a relação de peso-potência de uma Ferrari F40 que é um ícone dos esportivos até hoje, é de 2,5 kg/cv no caso do Lamborghini Coutach, 3,2kg/cv. Mas a Kawazaki ZX-11 Ninja olha com desdém para estes números, pois seus 147 cv e 233 kg, representam uma relação peso-potência de 1,6 kg/cv.

Com uma velocidade máxima de 280 km/h, a ZX-11 foi a motocicleta de produção mais rápida disponível no mercado. No entanto, o ZX-11 não se limita apenas à velocidade; sua agilidade é notável, permitindo manobras precisas, acelerando rapidamente e pode atingir velocidades impressionantes em questão de segundos.

A engenharia por trás do ZX-11 é notável. A Kawasaki incorporou um elaborado sistema de dutos para o fluxo de ar em seu design, visando otimizar o desempenho. O sistema de indução de ar aumenta a potência à medida que a velocidade aumenta, tornando a motocicleta ainda mais impressionante em altas velocidades. Esse sistema inovador na época,é uma das técnicas utilizadas em outras motocicletas de alto desempenho, como a Yamaha FZR1000.

Entrada do sistema de indução de ar para a admissão

O motor do ZX-11, um quatro em linha de 16 válvulas refrigerado a líquido, passou por uma revisão completa em relação a sua antecessora ZX-10, proporcionando um aumento significativo na potência. Essas melhorias resultaram em um desempenho monstruoso para a época, a Kawasaki começa a acelerar forte por volta das 5.000 rpm e continua ficando cada vez mais forte até que a agulha do tacômetro ultrapasse a linha vermelha de 11.500 rpm.

Para sua época, acelerar de 0-400 metros era uma distância percorrida em 10,46 segundos, muito rápido, tornando-a a segunda motocicleta mais rápida do mercado nessa modalidade, logo atrás da Yamaha FZR1000, mais leve e de marchas mais curtas, que é capaz de realizar o trajeto eim 10,40. Em velocidade máxima, porém, o FZR ficava muito para trás, com 262 km/h frente aos 280 km/h da ZX-11 segundo o fabricante.

Kawazaki ZX-11 em prova de velocidade

Para a época, a ZX era uma das únicas motocicletas que pode andar rápido o suficiente para fazer uma Autobahn alemã alemã parecer uma rodovia montanhosa estreita e sinuosa. Nem todo o crédito por isso deveria ser atribuído ao motor e ao sistema de indução de ar, já que o 11 obviamente se beneficiou do trabalho aerodinâmico de sua carenagem.

A suspensão da ZX-11 também merece destaque, com um garfo telescópico de 43 mm e um amortecedor traseiro com reservatório remoto que podem ser facilmente ajustados para atender às suas preferências de condução. A moto oferece uma condução suave na maioria das situações, embora possa ser um pouco dura em solavancos menores em velocidades moderadas.

Apesar de todo o trabalho de engenharia em cima da ZX-11, claro que a grande estrela é seu motor com 55 cc mais deslocamento que a anterior ZX-10, conseguido aumentando os pistões em 2 mm no diâmetro. O ângulo de válvula estreito e válvulas muito grandes, incluindo ignição eletrônica digital, algo realmente notável para 30 anos atrás. O fluxo de entrada de ar, pressuriza a caixa de ar, induzindo o fluxo para os quatro carburadores Keihin de 40 mm, e a mistura de combustível resultante corre através das portas de admissão polidas à mão para as câmaras de combustão. A continuação desse fluxo, se dá pelo sistema de coletor de escapamento 4x2x1.

Na avaliação da revista, Cycle World publicada em 1991, a opinião sobre a “supermoto” apenas se confirmou “Mesmo após dois anos no mercado, a Kawasaki ZX-11 Ninja continua a ser a motocicleta mais formidável, impiedosa e emocionante disponível. Outras motos esportivas de alta cilindrada simplesmente não conseguem competir; elas são superadas em todos os aspectos”.

A ZX-11 foi líder indiscutível em sua época, atingindo uma velocidade máxima de 174 mph. “Para superar esse desempenho notável, você precisaria de asas. Ou um plano de voo. Além disso, teria que gastar muito mais do que os US$ 7.999 do ZX-11, que é um verdadeiro negócio considerando o desempenho que ele oferece”.

Sem dúvida, a Kawasaki ZX-11 representou a evolução contínua da busca humana pela velocidade em sua época. Seu design inovador, desempenho excepcional e versatilidade a tornam uma das motocicletas mais impressionantes da história. Não apenas uma máquina veloz, mas também uma obra-prima da engenharia, atendendo às necessidades tanto dos amantes da velocidade quanto daqueles que buscam uma motoesportiva versátil e confortável.

Ficha técnica

  • Cilindrada: 1052
  • Tipo de Motor: 4 tempos, 4 cilindros em linha, DOHC, 16 válvulas
  • Arrefecimento: A líquido
  • Combustível: Gasolina
  • Potência Máxima: 147 cv a 10.500 rpm
  • Torque Máximo: 10.89 kgf.m a 8.500 rpm
  • Transmissão: 6 marchas
  • Suspensão dianteira: Garfo telescópico, 43 mm de diâmetro e 120 mm de curso
  • Partida: Elétrica
  • Chassi: Em alumínio, tubular, berço duplo
  • Suspensão traseira: Braço oscilante, monochoque, 112 mm de curso
  • Peso (seco): 233
  • Peso em movimento: 274 (MVOM)
  • Comprimento: 2180
  • Largura: 730
  • Altura: 1205
  • Altura do Banco: 780
  • Distância entre Eixos: 1500
  • Pneu Dianteiro: 120/70 ZR17
  • Pneu Traseiro: 180/55 ZR17

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