Dorothy Robinson: pioneira e visionária
A trajetória da mulher que marcou o motociclismo mundial
No dia 22 de abril de 1912, na Austrália, nasceu Dot Robinson, filha de um designer de sidecars e piloto amador. No momento em que a mãe de Dorothy entrou em trabalho de parto, seu pai, James Goulding, a levou para o hospital em um sidecar.
Aos seis anos de idade, em 1918, quando seu pai quis expandir seu negócio de sidecars, Robinson e sua família se mudaram para Saginaw, em Michigan, nos Estados Unidos. Lá, seu pai abriu uma concessionária de motos, onde começou a trabalhar aos 16 anos. Ele, então, iniciou a prática de pilotar ainda na adolescência.
Em 1930, com apenas 18 anos de idade, Dot Robinson ganhou o primeiro troféu na corrida Endurance Flint 100, o que a tornou a primeira mulher a competir e a ganhar uma corrida. Posteriormente, ela se casou com Earl, um rapaz que também era apaixonado por motos e vivia indo à loja do pai dela.
Dorothy e Earl bateram o recorde transcontinental, em 1935, na classe Sidecar, dirigindo de Los Angeles até Nova York em 89 horas e 58 minutos. Depois disso, a Harley-Davidson permitiu que o casal abrisse uma concessionária da marca, em Detroit. Ela foi muito frequentada na época, e funcionou até 1971.
Em 1940, com 28 anos, a Motor Maid ganhou a competição Jack Pine na categoria Sidecar, e foi a primeira mulher a ganhar AMA (American Motorcyclist Association), corrida marcada pela dificuldade, na qual apenas sete de 52 participantes alcançaram a linha de chegada.
Durante a Segunda Grande Guerra, ela trabalhou como mensageira para uma companhia de defesa. Quando o conflito acabou, Dorothy voltou a correr e ganhou novamente o Jack Pine na sua categoria, em 1946.
Um ano antes de vencer o Jack Pine, Dot conheceu Linda Dugeau, uma motociclista de Nova Inglaterra. Juntas, elas tiveram a ideia de criar uma organização de mulheres que andassem de moto.
A campeã do Jack Pine foi atrás de mulheres que pilotassem motocicletas nos Estados Unidos, e encontrou 51. Em 1940, ela fundou o Motor Maids of America Inc, organização que tinha como lema “é possível pilotar uma moto sendo uma dama”. Todas as integrantes sempre pilotavam arrumadas e com muita classe, o que era quase como uma regra.
O marido da primeira Motor Maid morreu em 1996, mas ela seguiu pilotando até 1998, aos 85 anos. Depois de ter feito uma cirurgia no joelho, ela não conseguiu dirigir mais e foi obrigada a parar de conduzir.
No dia 8 de outubro de 1999, aos 87 anos, Dorothy Robinson faleceu e se tornou uma das únicas mulheres a marcar presença no Motorcycle Hall of Fame Museum. Sua introdução no seleto grupo se deu um ano antes de seu falecimento. Atualmente, a organização fundada por Robinson e Dugeau tem 1200 mulheres de Estados Unidos e Canadá.
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