Motos à combustão deixarão a Europa em menos de 15 anos
A partir de 2035, União Europeia proibirá novas motos com combustíveis fósseis
Com o objetivo de reduzir significativamente as emissões de CO2, a União Europeia (UE) anunciou que de 2035 em diante, será proibido o registro de novos veículos que funcionem com combustíveis fósseis. A decisão afeta totalmente o motociclismo, e o seu mercado já está caminhando para uma eletrificação no continente europeu.
As mudanças no mundo das duas rodas
Fator que nem todos sabem é que já vem acontecendo mudanças obrigatórias, desde o ano passado, no desenvolvimento de motocicletas. A partir do dia 1 de janeiro de 2020, as motos homologadas na União Europeia tiveram que se adaptar às normas da Euro 5.
De acordo com as regras da Euro5, veículos da categoria L – ciclomotores, motociclos, triciclos e quadriciclos – não poderão ultrapassar 1,000 mg/km de monóxido de carbono, 100 mg/km de hidrocarbonetos, 68 mg/km de hidrocarboneto não-metano, 60 mg/km de óxido de nitrogénio e ainda 4,5 mg/km de partículas. Os limites são os mesmos impostos pela Euro6 para os automóveis.
Em síntese, foi estipulado um limite máximo permitido para emissão de poluentes pelo motor à combustão das motos. São as mesmas limitações aplicadas aos automóveis – todas seguindo uma lógica gradual, para as montadoras se adaptarem a objetivos maiores. Ao todo, isso incentiva que cada vez mais tecnologias “amigas do ambiente” sejam pesquisadas e aprimoradas pelas marcas.
Além da grande preocupação ambiental, mais um tópico vem sendo pesquisado pelos fabricantes: a emissão dos ruídos dos veículos. As empresas precisam ter cautela quanto ao som produzido pela moto, buscando elaborar propulsores que não sejam tão barulhentos. Portanto, as motocicletas terão que se adaptar cada vez mais às restrições presentes no continente europeu.
Vale ressaltar que o prazo para que atendam às normas foi estendido para 2022. Em outras palavras, até o dia 31 de dezembro de 2021 podem ser vendidas motos já existentes e comprometidas apenas com o Euro4. Essa medida é conhecida como “Fim de Série” (End-of-Series em inglês), estimulando as montadoras a liberarem seus estoques.
A exceção fica para motos de enduro, de trial, quadriciclos e triciclos “leves” usados para trabalho, os quais terão mais tempo para se adaptarem à nova legislação. Esses modelos terão até o início de 2024 para se adaptar à Euro 5.
As motos do futuro
A partir de questões relacionadas ao público e, agora, legais, fica nítida uma alteração no perfil dos veículos de quatro rodas para os próximos anos. Por mais que os critérios estejam sendo gradualmente impostos, a meta é que a partir de 2035 nenhuma moto funcionará com combustível fóssil na União Europeia. Em outras palavras, veremos uma corrida para a eletrificação e busca por novas tecnologias.
No Reino Unido, o governo será ainda mais rígido. Além dessas regras, ele complementa que de 2035 em diante nada poderá ser queimado no motor. Assim, isso descarta a possibilidade do uso de combustíveis sintéticos feitos de hidrogênio, dióxido de carbono ou biocombustíveis, por exemplo. Essa radicalização ocorreu porque, embora esses outros fluidos sejam neutros quanto ao CO2, continuam emitindo outros poluentes, como monóxido ou dióxido de carbono.
Com tudo isso em mente, alguns entusiastas ficam na dúvida quanto à eficiência que terão esses veículos. Entretanto, a maioria dos especialistas acredita que o desempenho até aumentará, com combustível e tecnologia corretos. De fato, toda essa parte burocrática amplia o espaço de crescimento e investimento em tecnologias para motos elétricas. Em breve, o setor deverá ser repleto de novidades – só nos resta aguardar.
Compartilhe