Anke-Eve Goldmann: a jornalista apaixonada por motos
Anke foi uma das motociclistas pioneiras de sua época e foi a primeira mulher a andar de moto com um traje de corrida de couro
Anke-Eve Goldmann foi mais uma mulher a frente de sua época que buscava a liberdade sobre duas rodas. A alemã nascida em 1930 tinha um espírito aventureiro e uma paixão indescritível por motos, a ponto de trabalhar como jornalista na revista sobre motos Cycle World e Das Motorrad, na Alemanha, da Moto Revue na França e outras revistas internacionais de motociclismo.
Anne (como também era conhecida) concorreu em provas de resistência e de velocidade, apesar de, pela sua condição feminina, ter sido afastada do circo dos Grandes Pémios. Com mais de 1,80m de altura, dificilmente escapava despercebida, de tal forma que até as motos pareciam pequenas.
Anke tem um papel fundamental na história das mulheres no motociclismo, visto que, após notar que sua vestimenta não era adequada para pilotar uma moto, ela encomendou um terno de couro sob medida para poder conduzir.
Por isso, Anke se tornou a primeira mulher a conduzir uma moto equipada com um fato de cabedal completo, que ela própria desenhou com a ajuda do estilista alemão Harro.
Posteriormente, o traje começou a ser comercializado, tendo sido esse o primeiro equipamento técnico de motociclismo especificamente desenvolvido para mulheres.
Quando Anke-Eve começou a correr, ela se juntou ao fabricante alemão de engrenagens Harro para criar o modelo de peça única terno de couro que apoiaria seus esforços de corrida.
Durante grande parte da sua carreira no motociclismo, Anne foi vista aos comandos de motos BMW, tendo sido proprietária de diversos modelos da marca, como a BMW R67/3.
Ao final da sua carreira, foi seduzida pela MV Agusta, tendo em 1970 comprado uma 750S de quatro cilindros, a concorrente das BMW que até então tinha conduzido, sendo muito mais rápida, mais desportiva e provavelmente um pouco mais frágil.
No entanto, tudo mudou após um grande amigo de Anke-Eve falecer em um acidente de moto pouco tempo depois. Por isso, ela deixou de competiu e logo desistiu de pilotar.
O gênio determinado de Anke-Eve a ajudou a conquistar uma maior independência sobre duas rodas, mas também serviu de inspiração para o escritor do romance Motorcycle, Andre Peyre de Mandiargues.
Acredita-se que a protagonista da história fictícia de Andre, a Rebecca, tenha sido inspirada em Anke-Eve. No entanto, segundo relatos, a jornalista ficou profundamente surpresa com a abordagem sexista e objetificada da personagem na qual foi inspirada.
Por fim, sua representatividade no mundo do motociclismo não parou por ai. Anke-Eve se tornou porta-voz da BMW – antes de comprar a MV Augusta 750. Além disso, em 1958, Anne foi uma das impulsionadoras da W.I.M.A., Women’s International Motorcycle Association (associação motociclista feminina internacional), na Europa.
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