Viagens de moto ao redor do mundo: conheça alguns percursos e pilotos
Viajar o mundo é o sonho de muitos. Tem quem o realize com uma motocicleta e muita coragem. Conheça algumas histórias de pessoas que tornaram isso realidade
Conhecer muitos lugares, viajar e dar à volta ao mundo são metas populares. Entretanto, são poucos os que realmente tiram esse plano do papel. Os motivos podem ser inúmeros, variando desde o comprometimento com a vida profissional convencional, até simplesmente medo.
Alguns indivíduos corajosos foram atrás de trazer esse sonho à vida, ainda com um adicional: realizá-lo com uma motocicleta. Isso mesmo. Fazer viagens extremamente longas, de duração e trajeto, sobre duas rodas não é para qualquer um. Confira as histórias de diferentes pessoas que colocaram isso em prática, em diferentes momentos da vida, décadas e regiões. E, óbvio, com uma moto de preferência individual.
Leopoldo Tartarini e Giorgio Monetti, italianos, Ducati 175 cc
Uma das marcantes viagens ao mundo, feita sobre duas rodas, é a de Leopoldo Tartarini e Giorgio Monetti. Os dois italianos pilotaram cada um uma Ducati 175 cc. O grande diferencial é, sem dúvidas, o fato de terem dado início a esse sonho quando a atividade era ainda mais incomum, na década de 1950.
Marcados por avanços tecnológicos, científicos e mudanças culturais, os anos 50 eram entusiasmantes. Nesse cenário, dois jovens de Bolonha tiveram a ideia de fazer uma viagem pelo mundo, percorrendo 5 continentes e 35 países (inclusive o Brasil).
Saíram juntos, com suas motos, uma câmera fotográfica, uma filmadora e um mapa de bolso. O grande objetivo da viagem tornou-se promover a Ducati, marca pela qual foram patrocinados, buscando revendedores em locais onde a firma ainda era desconhecida.
O custo total, incluindo gastos como alojamento e logística geral (aérea e marítima também), foi de 45 milhões de libras. O apoio da patrocinadora foi essencial para a realização dessa aventura, que começou em setembro de 1957 e foi encerrada em setembro de 1958. Ao todo, os dois protagonistas percorreram 100 mil quilômetros, em contraste com os 60 mil previstos inicialmente.
Anna Grechishkina, ucraniana, KTM 1190 Adventure
A ucraniana Anna Grechishkina começou a andar de moto em 2005 e, para a própria surpresa, se apaixonou. Ela não tinha amigos ou familiares amantes das duas rodas e nunca tinha sequer andado na garupa. Um certo dia simplesmente teve a ideia e iniciou a autoescola. Virou a sua maior paixão e hoje em dia dedica a sua vida a isso.
Quanto aos trajetos, Anna iniciou sua viagem ao redor do mundo em 2013, quando saiu com apenas mil dólares para essa aventura. Já percorreu mais de 180 mil km, viajando sozinha, e passou por 70 países – todos com a mesma motocicleta. Para ela, é um sonho sendo realizado e, mais do que isso, dirigir sua moto pelo mundo é um símbolo de liberdade.
Como maneira de tornar tudo possível, Grechishkina foi atrás de patrocinadores, no início muito pequenos, mas que cresceram com o tempo. Além disso, ela costuma ficar na casa de famílias locais, apontando ser essa uma maneira de conhecer verdadeiramente as cidades e também economizar.
A mulher afirma que não tem qualquer plano de trocar sua tão amada KTM 1190, a qual apelidou de “Little Boy”, ou “Chiquito” em espanhol. Ela diz que há uma conexão muito forte, um laço entre a pilota e a máquina, que não está disposta a abrir mão. Atualmente, Anna está passando pela Alemanha e mantém sua viagem registrada em seu perfil no Instagram (@anna_grechishkina) e Youtube.
Thiago Salles, brasileiro, BMW F800GS
Representando o Brasil dentre muitos outros viajantes, Thiago Salles largou a zona de conforto aos 37 anos para dar início a esse sonho. Ele diz que sempre quis conhecer o que o planeta tem a oferecer e, então, decidiu unir isso à sua paixão pelo motociclismo, dando início a essa aventura em 2016, de São Paulo para o mundo.
O paulista arranjou recursos sem patrocínio, tendo vendido sua casa, seu carro e a participação na empresa que trabalhava para tornar tudo possível. Até o momento, ele já percorreu as Américas, incluindo a do Norte, e muitos lugares da Europa, alegando ter gostado muito da região nórdica, como Dinamarca e Noruega, mas também ressaltando a receptividade portuguesa.
A viagem foi chamada de “Temet Nosce – World Bike Ride” e possui uma página própria no Facebook, onde o brasileiro atualiza interessados globais. Os termos “Temet Nosce” significam “conhece a ti mesmo”, escolhidos porque Costa vê nessa jornada uma significativa maneira de autoconhecimento. Há vários vídeos publicados no Youtube em que ele compartilha alguns momentos.
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