Lendários do Motocross
Com três pilotos, Bélgica estabelece supremacia nos cinco melhores da história da modalidade
Por Renan Nievola
Alta velocidade, saltos, adrenalina e muita firmeza. Esses são alguns dos ingredientes que tornam a prática de Motocross única e apaixonante. Não é qualquer um que possui habilidade para superar trajetos repletos de dificuldades, impressionar o público e conquistar títulos na modalidade.
No entanto, os cinco pilotos mostrados na lista abaixo, que reúne os melhores do Motocross de todos os tempos, marcaram história na modalidade não apenas pelo número de corridas vencidas e títulos conquistados, mas também por sua personalidade frente aos momentos decisivos dos percursos.
5º – Eric Geboers
A lista começa com The Kid, como ficou conhecido o piloto belga no início de sua carreira, por conta de seu irmão mais velho, Sylvain Geboers, já possuir trajetória no Motocross. A partir dessa informação, pode-se considerar que existia certa pressão para que Eric também tivesse uma carreira marcante e seguisse o legado do irmão.
Essa responsabilidade de manter a tradição da família não intimidou o jovem piloto. Em termos de conquistas, Eric não só foi melhor que Sylvain como também entrou na história ao ser o primeiro a vencer o campeonato mundial nas três classes de Motocross – 125cc, 250cc e 500c – o que rendeu ao pioneiro o título de Mister 850cc.
O piloto venceu duas vezes a categoria 500cc, uma vez a 250cc e em outras duas oportunidades a 125cc.
4º – Georges Jobé
Algumas atitudes marcam momentos e fazem com que pessoas fiquem para sempre na história. Esse foi o caso de Georges Jobé. Não que o piloto não fosse conhecido antes de sua façanha memorável de ultrapassar André Malherbe depois de um double jump, durante o Grande Prêmio da Inglaterra, em 1984, mas sem sombra de dúvida esse feito contribuiu para consolidar o nome de Georges entre os mais lembrados do Motocross.
Jobé foi campeão da categoria 250cc duas vezes – em 1980 e 1983 – e depois conquistou a principal categoria do Motocross (500cc) em três oportunidades – nos anos de 1987, 1991 e 1992. O piloto ainda possui três vice-campeonatos, consideradas as categorias 250cc e 500cc.
3º – Joel Robert
Estilo. Essa é a palavra que pode definir por que Joel Robert ficou conhecido. Nascido em 1943 e falecido no mês passado, o piloto era capaz de controlar as derrapagens com uma técnica vistosa.
O belga ainda brincava nas competições, chegando a parar no meio das corridas para dar um “oi”, em forma de aceno, ao público e aos seus fãs que se encontravam nas arquibancadas. Ele venceu seis vezes o campeonato mundial na categoria 250cc, sendo que cinco conquistas foram consecutivas. Joel ainda faturou dois vice-campeonatos.
2º – Antonio Cairoli
Um estranho em meio aos belgas. Assim pode ser definido Antonio Cairoli, recordista de títulos mundiais na principal categoria do Motocross, com seis conquistas seguidas entre 2009 e 2014.
Com início logo aos sete anos, Antonio ficou conhecido pela maneira como lidava com o ambiente de prova, com seu aspecto emocional e pela forma como fazia sua força de vontade tornar possível suas realizações na pista.
Além dos seis títulos na categoria 500cc, o italiano ainda conquistou dois títulos mundiais na categoria 250cc, nos anos de 2005 e 2007.
1º – Stefan Everts
A lenda das lendas. O pai do piloto, Harry Everts, já tinha chegado longe e marcado história na modalidade ao vencer quatro vezes o título mundial de Motocross – sendo duas vezes na categoria 125cc e duas na categoria 250cc.
Mas Stefan foi além. Como se não bastasse ter superado o número de títulos do pai, tendo conquistado mais do que o dobro do número de troféus mundiais de seu genitor, o piloto ainda foi campeão em todas as categorias do campeonato mundial: 125cc, 250cc e 500cc.
Uma das características de Stefan era ficar em pé em cima da moto muito mais vezes que seus oponentes. O feito histórico mais memorável de sua carreira foi ter vencido na 125cc, MXGP e 650cc no mesmo dia, em provas realizadas na França.
A carreira lendária foi encerrada com chave de ouro em 2016, ano em que o piloto faturou nada menos que 14 de 15 GPs na temporada.
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