Moto ideal e revisão em dia ajudam a enfrentar a concorrência no delivery

 Moto ideal e revisão em dia ajudam a enfrentar a concorrência no delivery

Número de entregadores saltou nos últimos anos, impactando a renda dos profissionais que transportam mercadorias e alimentos

Quem trabalha com a moto no setor de delivery viu a concorrência aumentar exponencialmente nos últimos três anos. O serviço de atendimento “sob demanda” atraiu muita gente em busca de nova alternativa de renda, especialmente durante a pandemia, quando houve uma escalada no nível global de desemprego. 

Para se ter uma ideia, o segmento que em 2016 contava com cerca de 25 mil motociclistas, hoje tenta acomodar mais de 322 mil, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Com mais rodas no asfalto, o ganho desses trabalhadores (que em sua maioria são autônomos) acaba diretamente impactado. 

Dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos(Dieese) revelam uma perda de rendimento de R$ 220,00 em média no período. Atualmente, a remuneração mensal de um motoboy gira em torno de R$ 2 mil a R$ 3,5 mil, dependendo da empresa contratante e da região de atuação.

Para não correr o risco de ver os ganhos encolherem ainda mais e manter a lucratividade em tempos de alta concorrência no setor, uma das alternativas é focar, principalmente, nas características da moto e no cuidado com a revisão periódica.

Preço acessível e fácil manutenção

Chefe de oficina da Honda Blokton, Kaio Ribeiro afirma que a atividade de entregador demanda o uso de motocicletas de baixa cilindrada. As vantagens obtidas são o preço relativamente mais acessível, a agilidade ganha no trânsito, a fácil manutenção dos veículos e o custo mais barato com combustível e peças.

“A linha CG, com as opções Start 160, Fan 160 e Titan 160, são as mais procuradas. Há também quem prefira opções com suspensão que proporcionem mais conforto na pilotagem, como é o caso da Bros 160 e da XRE 190”, explica Ribeiro, especialista da maior rede de concessionárias de motos no Paraná.

Aliada à escolha do modelo ideal, a revisão periódica é vista pelo chefe de oficina como crucial para quem passa o dia pilotando, já que o cuidado preventivo reduz sensivelmente o risco de acidentes. Segundo Ribeiro, isso traz maior segurança, evita gastos com reposição de peças e que o veículo fique preso no reparo.

“Itens como freios, pneus, suspensão, direção e parte elétrica precisam funcionar perfeitamente, – e a manutenção minimiza muito a chance de um deles falhar”, ressalta.

A revisão garante ainda o prolongamento da vida útil da moto e dos seus componentes, eliminando despesas inesperadas em manutenções corretivas. Caso contrário, o lucro alcançado pelo trabalho pode ser comprometido.

Renovação da moto a cada dois anos e meio

Motoboy há mais de uma década, Charles Yorlo, de 34 anos e morador de Araucária/PR, conhece essa receita e os benefícios financeiros que ela traz. “Sempre trabalhei com a linha de motos de 150 a 160 cilindradas, por serem econômicas no consumo, na aquisição e oferecerem manutenção mais em conta que um modelo maior”, argumenta.

A cada mil quilômetros rodados o entregador leva sua ferramenta de trabalho à oficina da concessionária Blokton, para a troca regular do óleo lubrificante. Também costuma buscar atendimento cedo, às segundas-feiras, para seguir o dia sem perder tempo.

“A minha moto fica parada de 30 a 40 minutos, no máximo, para realizar esse serviço e verificarem os freios e a lubrificação da relação (coroa, pinhão e corrente). Também a cada 10 mil km faço a substituição dos filtros de ar e de combustível”, diz Yorlo, que tem histórico quase zero de imprevistos mecânicos nos modelos que pilotou.

E não foram poucos: 14 exemplares ao longo de 11 anos. A quantidade elevada tem uma justificativa, a renovação da motocicleta a cada dois anos de uso. É o tempo suficiente para realizar somente as manutenções básicas, que não pesam tanto no orçamento.

O gasto médio mensal do motoboy com revisão está na casa dos R$ 200. O custo maior acaba ficando com combustível – média R$ 850 ao mês. Mas as boas condições de conservação da moto permitem um alcance de 30 a 40 km com apenas 1 litro de gasolina.

“Quando ‘virei a chave’ de rodar sempre com uma moto mais nova, o custo com o cuidado periódico deixou de ser caro. E aí você não quer voltar. Ao atingir 40 a 50 mil km, eu já começo a preparar a troca por uma zero”, diz o entregador, que nas duas últimas renovações investiu numa Honda Twister 250 cc.

Com a motocicleta, ele consegue conciliar a entrega de peças em cidades do Sul, como Paranaguá (PR) e Florianópolis (SC), e até do Sudeste, pelo interior de São Paulo, aproveitando, às vezes, para passear na companhia da esposa. 

“Pelo fato de a moto ter um motor mais potente, acabo usando apenas 50% da sua capacidade, sempre rodando abaixo dos limites de velocidade. Além de preservar os componentes, ganho em economia no consumo”, relata.

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